VARA NÃO EXPLICA CUNHAS A SÓCRATES

Armando Vara não mostrou vontade de prestar declarações (Foto de Paulo Duarte)
Armando Vara não mostrou vontade de prestar declarações (Foto de Paulo Duarte)
Armando Vara não mostrou vontade de prestar declarações (Foto de Paulo Duarte)
Armando Vara não mostrou vontade de prestar declarações (Foto de Paulo Duarte)

Quase dois anos depois de o julgamento ter começado, o caso ‘Face Oculta’ entra na reta final. Ontem, foram ouvidas as últimas testemunhas do processo, que teve a primeira sessão a 8 de novembro de 2011, seguindo-se agora a audição dos peritos e depois dos arguidos que já manifestaram a intenção de falar.
Armando Vara, ex-ministro socialista, será uma das exceções. O antigo administrador do BCP não irá assim explicar as escutas registadas pela PJ entre si e Cardoso Reis, presidente da CP. Os telefonemas deixavam transparecer que Vara pediu a intervenção de Sócrates, à data primeiro-ministro, para travar a demissão de Cardoso dos Reis, a 18 de junho de 2009. Acabou por o conseguir. O antigo administrador do BCP disse, aliás, ao presidente da CP, durante um telefonema, que Sócrates deu ordem a Mário Lino, então Ministro das Obras Públicas, para parar o processo de demissão. A existência desta escuta – que consta da extensão procedimental do processo, onde se investigava o atentado contra o Estado de Direito – foi um dos trunfos da acusação do Ministério Público. A escuta não estava transcrita para o papel e tal só foi pedido por Marques Vidal já no julgamento.
Armando Vara deverá então apresentar a sua defesa e tentar explicar as cunhas a José Sócrates apenas nas alegações finais, e só através do seu advogado.