UNESCO ALERTA PARA FORTE AUMENTO DE ATAQUES A JORNALISTAS EM MANIFESTAÇÕES

Paris, 14 set 2020 (Lusa) – A UNESCO alertou hoje para um forte aumento dos ataques a jornalistas durante as manifestações em todo o mundo, principalmente por parte das forças da ordem.

Segundo a organização da ONU para a cultura e educação, que publicou hoje um relatório sobre o assunto, existe “uma tendência mais ampla no uso ilegal da força pela polícia e pelas forças de segurança ao longo dos últimos cinco anos no mundo”.

Embora a UNESCO tenha registado em 2015 cerca de 15 manifestações em que os jornalistas foram impedidos de realizar o seu trabalho, o número mais do que duplicou em 2019, para 32 manifestações.

E é provável que este nível seja ultrapassado este ano, uma vez que, entre janeiro e junho de 2020, “21 manifestações foram marcadas por violações da liberdade de imprensa, incluindo marchas em que jornalistas foram agredidos, presos ou mesmo mortos.

Para a UNESCO estes dados sugerem que “um novo e preocupante limiar foi ultrapassado, revelando uma ameaça significativa e crescente à liberdade dos meios de comunicação social e à liberdade de acesso à informação em todas as regiões do mundo”.

Outro facto preocupante é que a organização da ONU observa que 10 jornalistas foram mortos durante a cobertura de manifestações nos últimos cinco anos.

“Apelamos à comunidade internacional e a todas as autoridades relevantes para assegurarem que estes direitos fundamentais sejam respeitados”, afirmou a diretora-geral da organização, Audrey Azoulay, num comunicado.

A UNESCO, afirmou, trabalha há anos com jornalistas e forças de segurança para garantir que os media possam fazer o seu trabalho em segurança, e “os números deste relatório mostram que são necessários esforços muito maiores”.

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