TORONTO DISCUTE PROJETO DE CASINO

Rod PhillipsO futuro do jogo no Ontário está em cima da mesa. Pelos dados estatísticos, uma coisa é certa: a população joga com aquilo que tem. A chegada de um casino está para vir.

Plano de modernização da OLG prepara futuro do jogo na província do Ontário

Rod Phillips, president & CEO, Ontário Lottery and Gaming (OLG) disse que é importante falar do plano (em curso) de modernização do jogo na província, que inclui um impulso na direção das opções online. Em cima da mesa continua a hipótese de construção (ou não) de um casino na cidade de Toronto que traria enormes benefícios, medidos, entre outros, ao nível da receita fiscal e criação de empregos, e colocaria (potencialmente) Toronto no top-5 de destinos no mundo.

Durante o encontro com os media étnicos, realizado na Multicom Media, Toronto (dia 5), o CEO começou por salientar que há uma experiência de várias décadas, a começar nos anos 70, com o jogo (de azar) no Ontário, e que os jogos no Ontário são bem aceites como forma de entretenimento, e que só no ano passado 8 milhões de Ontarianos jogaram a lotaria, e perto de 3 milhões visitaram uma das unidades de jogo. Rod Phillips destacou também que a organização tem uma longa história ao nível de contribuições, tendo já contribuído, desde que a companhia foi fundada, com mais de 36 biliões de dólares que foram aplicados em várias áreas.

Justificando o porquê do plano de modernização, Rod Phillips lembra que um estudo estatístico feito pela companhia e que foi apresentado ao governo em março apontava para “um conjunto de problemas relacionados com a forma como o negócio estava organizado e que precisava ser alterada”, a que não era alheia uma mudança nas preferências e expectativas dos clientes.

“Demos conta que o nosso modelo de negócio começava a falhar. Um exemplo, era ao nível dos nosso casinos. Há dez anos atrás, os nossos casinos ao longo da fronteira com os EUA traziam 800 milhões de dólares de receita para a província. Este ano, o número caiu para baixo dos 100 milhões de dólares”, explicou o CEO, que indicou como (algumas) causas para esse declínio a maior competição, a maior dificuldade em atravessar a fronteira, as taxas de câmbio, diferentes do que eram há dez anos atrás. Outra das preocupações passa pela ameaça online. Pelo que Rod Phillips diz ser importante regular os operadores privados que, na sua maioria, operam num ambiente “off-shore”, trazendo-os para um “quadro (legal) mais amigável” que proporcione um ambiente de jogo mais seguro e de maior diversão às pessoas.

Neste ponto, informou que a OLG vai avançar ao nível da dimensão do jogo online, estando previsto o lançamento de uma plataforma online, no próximo ano.

À espera de Toronto

Com o prazo a esgotar-se para uma decisão final da parte da câmara de Toronto quanto à construção (ou não) de um casino na cidade, Rod Phillips destaca a importância de haver consultas públicas sobre este tema (que se deverão prolongar até aos primeiros três meses do próximo ano), afirmando que há muitas pessoas com “fortes emoções nos dois sentidos”.

Refere a proximidade e a conveniência como factores a ter em conta na construção do futuro espaço de jogo, mas caso Toronto não queira o projecto estimado em cerca de três mil milhões de dólares, o mais provável é que o investimento vá para a área de Mississauga, Markham ou Vaughan.

Quanto aos argumentos dos críticos de que um casino resultaria num aumento do vício do jogo e do crime, Rod Phillips contrapõe, dizendo que a OLG e o governo do Ontário gasta(m) mais em “jogo responsável”, em ajudar pessoas com problemas de jogo (adição), do que qualquer outra jurisdição no norte da América, exemplificando com o trabalho feito em parceria com instituições “chave” (caso da CAMH) para uma abordagem diferente ao problema do jogo, e de modo responsável.