Um investigador britânico-canadiano ganhou o Prémio Nobel de Física pelo trabalho de desenvolvimento dos fundamentos da aprendizagem automática e da inteligência artificial.
Geoffrey Hinton, da Universidade de Toronto, recebeu o prémio na manhã de 8 de outubro, juntamente com o investigador da Universidade de Princeton, John Hopfield.
A Royal Swedish Academy of Sciences disse que o prémio foi concedido a Hinton e Hopfield por “descobertas e invenções fundamentais que permitem a aprendizagem automática com redes neurais artificiais”.
Ellen Moons, membro do comité do Nobel na Royal Swedish Academy of Sciences, disse que os dois premiados “usaram conceitos fundamentais da física estatística para projetar redes neurais artificiais que funcionam como memórias associativas e encontram padrões em grandes conjuntos de dados”.
Moons acrescentou que essas redes têm sido usadas para promover pesquisas em física, mas que também se tornaram parte do quotidiano da pessoas, por exemplo, no reconhecimento facial e na tradução de idiomas.
Embora o comité tenha elogiado a ciência por trás da aprendizagem automática e da inteligência artificial, Moons alertou para as preocupações com o futuro da tecnologia, sendo que esta deve ser utilizada de forma responsável e ética para que seja benéfica.
Hinton partilha destas preocupações. Ele deixou um cargo no Google para poder falar mais livremente sobre os perigos da tecnologia que ajudou a criar.
Hinton disse que continua preocupado com uma série de possíveis consequências más em torno do seu trabalho da aprendizagem automática, pela possibilidade de haver coisas que possam sair do controlo, mas não se arrepende do trabalho que fez.
O prémio de física inclui uma quantia em dinheiro proveniente de um legado deixado pelo criador do prémio, o inventor sueco Alfred Nobel.