Nova Iorque, 24 jun 2020 (Lusa) — A bolsa nova-iorquina fechou hoje em forte baixa, com os investidores preocupados com a subida exponencial de novos casos de infeções com o novo coronavírus em vários estados federados dos EUA e as suas possíveis consequências económicas.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 2,71%, para os 25.447,31 pontos.
Da mesma forma, o tecnológico Nasdaq cedeu 2,19%, para as 9.909,17 unidades, e o alargado S&P500 perdeu 2,59%, para as 3.050,33.
Para Quincy Krosby, responsável da estratégia de investimento na Prudential Financial, “não é apenas a subida do número de casos, mas também a das hospitalizações”, que preocupa os investidores.
O imunologista Anthony Fauci, que tem estado envolvido na resposta dos EUA à pandemia, declarou-se hoje “verdadeiramente” inquieto perante as subidas “preocupantes” do número de casos em vários estados da federação. “As duas próximas semanas vão ser críticas” para a resposta, considerou.
A degradação da situação sanitária faz pesar a ameaça de uma suspensão da recuperação económica mundial e norte-americana.
A este respeito, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou hoje uma previsão de recessão mundial de 4,9% em 2020.
Este valor é bem pior do que os 3% que antecipara em abril, quando o FMI já sublinhava que esta era a pior crise desde a Grande Depressão dos anos 30.
Nos EUA, o produto interno bruto deve cair 8%, bem acima dos 5,9% previstos em abril.
Outro motivo de inquietação para os investidores vem da possibilidade de taxas alfandegárias punitivas suplementares impostas pelos EUA sobre o equivalente a 3,1 mil milhões de dólares de produtos europeus, de acordo com um documento oficial divulgado na noite de terça para quarta-feira.
Os serviços do representante dos EUA para o comércio fizeram uma lista dos novos produtos envolvidos, que está em consulta pública até 26 de julho.
Por outro lado, o recuo que hoje se verificou na bolsa, depois de progressos nas últimas semanas, teve também razões técnicas.
Segundo Krosby, esteve ligado em parte ao facto de os fundos de pensões estarem em pleno período de recomposição de carteiras, dada a aproximação do final do mês.
“Os gestores de fundos de pensões terão bons resultados com as suas carteiras de ações e prevê-se que vendam uma parte para investir no mercado obrigacionista”, explicou Krosby.
RN // SR
Lusa/Fim