Stoltenberg, chefe da NATO, em visita a Otava, para um encontro com Trudeau

Foto: NATO

Os números da NATO divulgados esta semana mostram que o Canadá deverá gastar 1,37% do seu produto interno bruto, em defesa, este ano, ficando aquém do objetivo de 2% acordado pelos aliados ocidentais.

O Ministro da Defesa Bill Blair fez questão de salientar que os liberais federais estão a fazer melhor do que os seus antecessores conservadores.

“Em 2014, as despesas do Canadá com a defesa caíram, pela única vez na sua história, para menos de um por cento”, afirmou Blair.

No ano passado, os membros da aliança concordaram em gastar um mínimo de dois por cento das suas economias na defesa, um reflexo das preocupações com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Blair afirmou que as despesas com a defesa do Canadá aumentarão para pelo menos 1,75% do seu PIB até 2029.

Blair também afirmou que as despesas adicionais com uma nova frota de submarinos e com sistemas integrados de defesa aérea e de mísseis irão provavelmente ultrapassar a marca dos dois por cento.

“Deixem-me assegurar-vos que temos trabalhado muito no nosso Departamento de Defesa, com o governo do Canadá, mas também com os nossos aliados da NATO”, disse Blair.

Tanto Blair como a Presidente do Conselho do Tesouro, Anita Anand, reconheceram esta semana que as despesas estão a ser adiadas devido à falta de pessoal para as aquisições.

“É superficial falar sobre o objetivo de dois por cento sem examinar a forma como esse dinheiro será gasto a curto e longo prazo”, disse Anand, que foi antigo ministro da defesa mas que agora detém os cordões à bolsa do governo.

Os comentários de Blair surgem no momento em que o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, visita Ottawa.

Na tarde de quarta-feira, dia 19 de junho, Stoltenberg fez um discurso e recebeu um prémio num evento organizado pela Associação da NATO do Canadá. O Primeiro-Ministro Justin Trudeau recebeu Stoltenberg depois, para o jantar.

A última visita de Stoltenberg ao Canadá foi em agosto de 2022, quando ele e Trudeau passaram algum tempo juntos no Ártico.

Essa região é o destaque da atualização mais recente da política de defesa do Canadá e é vista como cada vez mais importante para a NATO desde que a Suécia e a Finlândia aderiram à aliança.

Os líderes da NATO vão reunir-se em Washington, D.C., no próximo mês pa ra uma cimeira anual e assinalar o 75.º aniversário da aliança.

“O aumento do financiamento para a Ucrânia será uma prioridade da agenda, depois de Stoltenberg ter apresentado uma proposta para que todos os aliados da NATO contribuam com 40 mil milhões de euros por ano”, disse Blair.

Na Casa Branca, Stolenberg disse que a sua expectativa, para a reunião do próximo mês, é que os aliados concordem “em aumentar o apoio financeiro e militar à Ucrânia” e reduzir a carga sobre os EUA.