SPA LAMENTA MORTE DE MEDEIROS FERREIRA

SPAA Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) lamentou a morte do historiador e político José Medeiros Ferreira, recordando-o como um “cidadão empenhado nos combates pela liberdade e pela democracia”.
Num comunicado, o conselho de administração da SPA lamenta a morte do associado da cooperativa de autores desde 1991, José Medeiros Ferreira, 72 anos, ministro dos Negócios Estrangeiros que laborou no processo de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia.
A sociedade portuguesa de Autores salienta que o antigo ministro “foi uma das figuras mais marcantes da vida cívica e política portuguesa das últimas décadas” e uma “personalidade de referência na resistência à ditadura, designadamente nos anos de exílio”.
Medeiros Ferreira foi agraciado com a Ordem da Liberdade, em 1998.
José Medeiros Ferreira nasceu a 20 de fevereiros de 1942, no Funchal, oriundo de uma família açoriana. Licenciou-se em História pela Universidade de Genebra, em 1972, e doutorou-se em História Institucional e Política pela Universidade Nova de Lisboa, em 1991.
Entre 1972 e 1974, foi assistente na Faculdade de Ciências Económicas e Sociais da Universidade de Genebra e, entre 1981 e 1991, assistente convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa, onde, entre 1991 e 1999, foi professor auxiliar. Desde 1999 que era professor associado da mesma faculdade.
Em 1978, Medeiros Ferreira e outros elementos da ala direita e reformista do Partido Socialista (PS), como António Barreto e Francisco Sousa Tavares, saíram do PS para criar o Movimento Reformador ou Movimento dos Reformadores que, em 1979, se juntaria à Aliança Democrática (AD) de Sá Carneiro. Em 1981 acabaria por retirar o apoio à AD.
Em 1985, apoiou a criação do Partido Renovador Democrático (PRD), vindo a ser um dos seus nomes mais conhecidos. Voltaria, contudo, ao PS.
Foi deputado do Parlamento Europeu entre 1985 e 1989. Foi deputado à Assembleia da República (1995-2005), eleito pelo PS, como cabeça de lista do círculo dos Açores, nas eleições de 1995, 1999 e 2002.
Em fevereiro de 2006, demitiu-se dos lugares que ocupava na Comissão Política e na Comissão Nacional do PS, uma decisão formalizada em janeiro desse ano, mas que só viria a tornar-se conhecida um mês depois.