Menos de 24 horas após a cerimónia de trasladação dos restos mortais da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen do cemitério de Carnide para o Panteão Nacional, a denúncia da Associação de professores de português, as obras da poetisa desapareceram dos programas curriculares do ensino secundário agora revistos, estando apenas algumas das suas obras contempladas, com estudo de forma breve, até ao 9º ano. Mas entretanto, o ministério da educação revelou que as obras vão voltar a fazer parte dos programas escolares.
Na quarta-feira ao fim do dia, durante as cerimónias oficias de transladação, várias figuras consideraram que a melhor forma de homenagear a escritora, era dar as suas obras nas escolas.
Coberta com a bandeira nacional, a urna com os restos mortais da poetisa seguiu para o Panteão nacional acompanhada de familiares e membros do protocolo da Assembleia da República, incluindo o chefe de estado que fez um discurso lembrando o papel fundamental desta figura ilustre da cultura portuguesa.
Sophia de Mello Breyner Andresen é a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional, como forma de homenagear “a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne”, e de evocar o seu exemplo de “fidelidade aos valores da liberdade e da justiça”, conforme se lê no projeto de resolução da Assembleia da República, aprovado por unanimidade a 20 de fevereiro, concedendo honras de Panteão Nacional à escritora, que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976, realizando-se a trasladação no dia em que se completou uma década sobre a sua morte.
Falecida aos 84 anos, Sophia de Mello Breyner Andresen foi autora de vários livros de poesia, entre eles, “O Nome das Coisas” e “Coral”, de obras de ensaio, designadamente “O Nu na Antiguidade Clássica”, contos, como “Histórias da Terra e do Mar”, ficção infantil, nomeadamente “A Fada Oriana” e “A Menina do Mar”, e também, teatro, “O Colar”, e traduziu vários autores.