O alargamento do Canal do Panamá “é importante para Portugal”, porque coloca Sines como “a porta de entrada da Europa”. Esta é a convicção expressa ontem pelo Presidente da República no final de uma visita, na companhia do primeiro-ministro, Passos Coelho, à eclusa de Miraflores, do lado do Pacífico do Canal do Panamá.
Em declarações aos jornalistas, ontem de manhã, antes do início da XXII Cimeira Ibero-americana no Panamá, Cavaco explicou que com a extensão do Canal do Panamá, em curso, este vai passar a desempenhar um papel ainda maior no comércio e no investimento internacionais. Mas, na ótica do Presidente, abre também “novas potencialidades para Portugal e em particular para o porto de Sines, porque sendo este o maior porto de águas profundas da Europa, pode ser, de facto, a porta de entrada das mercadorias”.
Também Passos se referiu à importância do Canal do Panamá para Sines. O chefe do Governo disse esperar que a partir de 2014 sejam transferidas para Portugal ajudas europeias (fundos europeus 2014-2020) que permitam o arranque das obras do porto de Sines à rede ferroviária europeia.
Dois dias antes da visita, ao Canal do Panamá, os governos de Portugal, Espanha e França assinaram uma declaração conjunta comprometendo-se a criar um corredor ferroviário para a circulação de comboios de mercadorias em bitola europeia (distância entre carris). O primeiro-ministro disse estar confiante numa “grande cooperação” nesta matéria para garantir a ligação ferroviária de Sines ao centro da Europa.
Na comitiva política esteve Rui Machete, o ministro dos Negócios Estrangeiros, que depois do México acompanhou Passos e Cavaco ao Panamá.