Silvio Berlusconi foi ontem condenado por um tribunal italiano de Milão a sete anos de prisão no polémico ‘caso Ruby’. O ex-primeiro-ministro, declarado culpado por prostituição com menor e abuso de poder, fica impossibilitado de vir a exercer quaisquer cargos públicos.
Após um processo que se arrastou por 27 meses e incluiu 50 audiências, os juízes de Milão chegaram, finalmente, a um veredito: ficou prova do ter havido “prostituição sistemática” nas famosas festas ‘bungabunga’, realizadas numa mansão de Berlusconi em Milão. No centro deste caso esteve, recorde-se, Karima el Mahroug (‘Ruby R.’), com quem o então chefe do governo fez sexo, em 2010, a troco de dinheiro, quando a marroquina tinha apenas 17 anos. Nas festas participavam prostitutas que eram convidadas pelo veterano político, de 76 anos.
Berlusconi foi ainda acusado de abuso de poder por, no mesmo ano, ter contactado a polícia para pedir a libertação da jovem, detida por furto. Para o conseguir, ‘Il Cavaliere’ afirmou que ‘Ruby’ era sobrinha do então presidente egípcio, Hosni Mubarak. Os advogados de Berlusconi insistiram sempre que, na altura, o então primeiro-ministro “estava convencido” de que a jovem era egípcia e adulta, acrescentando que em nenhum momento houve relações sexuais. E, perante o veredito, já anunciaram que vão avançar para recurso. Aliás, Berlusconi tem ao seu dispor dois recursos, e um veredito final poderá ainda demorar anos.