SAÚDE – FAMÍLIA ACUSA HOSPITAL DE NEGLIGÊNCIA

Eulália Silva queixa-se de que a mãe não foi bem atendida
Eulália Silva queixa-se de que a mãe não foi bem atendida
Eulália Silva queixa-se de que a mãe não foi bem atendida
Eulália Silva queixa-se de que a mãe não foi bem atendida

Eulália Silva, residente na Parede, Cascais, acusa o Hospital Garcia de Orta, em Almada, de negligência médica no atendimento da sua mãe. Eulália Jeremias, de 79 anos, deu entrada no hospital no dia 19 de agosto, depois de sucessivas luxações da prótese da anca direita. Permaneceu uma semana no corredor das urgências “sem medicação para a febre, anticoagulantes ou cuidados de higiene”, acusa a família. O hospital nega “qualquer indício de negligência médica”.
“A minha mãe foi transferida do hospital de Cascais para o Garcia de Orta porque os médicos não tinham a prótese necessária. No Garcia de Orta disseram que não tinham vaga. A minha mãe ficou no corredor das urgências. A médica disse para eu comprar uma cama ou pô-la debaixo da ponte”, conta ao CM Eulália Silva. O Hospital Garcia de Orta referiu ao CM que a doente reuniu condições de alta clínica no dia 20 de agosto, mas a família contesta. “Desde que ela chegou, os médicos recusaram prescrever qualquer medicação para as dores ou anticoagulantes que previnem as tromboses. Sou enfermeira reformada e cheguei a comprar analgésicos e aplicar injeções à minha mãe, sob observação das enfermeiras. Além disso, desde dia 19 que nunca foi passado um toalhete. Abandonaram-na. Ela não estava em condições de ir para casa. Já tinha feito quatro luxações”, explica a filha da doente.
A família decidiu transferir Eulália Jeremias para o Hospital Cuf Descobertas, em Lisboa, no dia 28 de agosto, para que a idosa fosse submetida rapidamente à cirurgia na anca direita. Mas, no dia seguinte, Eulália sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). “Foi um choque. Ela chegou à Cuf desidratada e com febre, desorientada e com dores. Esteve em coma e agora não reage, está entubada e é alimentada por uma sonda. É triste ver a minha mãe num estado quase vegetativo”, lamenta a filha da doente.
Contactado pelo CM, o Hospital Garcia de Orta refere ainda que “foi proposto à filha o serviço de apoio domiciliário e referenciação para a rede nacional de cuidados continuados, mas recusou”.