Em 2012 foram registados 2480 casos de tuberculose, sendo que 2286 eram novos e 45% dos doentes foram tratados apenas com base nos critérios clínico radiológicos.
Ou seja, os doentes tomaram medicamentos sem fazer o Teste de Sensibilidade aos Antibióticos (TSA), segundo um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge(INSA).
“Tendo em conta que só o conhecimento precoce do TSA das estirpes da doença permite adequar os esquemas terapêuticos, prevenindo a ocorrência de resistências e melhorando os resultados do tratamento, importa atuar urgentemente no sentido de alterar esta tendência”, refere o mesmo documento. Em declarações ao CM, Rita Macedo, responsável pelo laboratório de Tuberculose do INSA, em Lisboa, destacou as questões económicas e o comportamento dos doentes como causas possíveis para esta situação. “A burocracia é enorme. Sempre que um médico envia um pedido de análise de um doente para o INSA, tem de solicitar a autorização ao conselho de administração para efetuar a despesa”, refere, acrescentando ainda casos em que os doentes vão ao médico, o qual, perante a suspeita de tuberculose, lhe dá imediatamente a medicação. “O doente acaba por não voltar mais ao hospital ou ao centro de saúde”.