O Canadá emitiu um alerta aos viajantes, pedindo atenção aos surtos do vírus Oropouche relatados no continente americano, onde o número total de casos é maior do que o esperado e alguns países já registaram as suas primeiras infeções.
Oropouche, também conhecida como febre da preguiça, é uma doença transmitida aos humanos através de picadas de insetos, como percevejos e mosquitos. Os sintomas incluem febre, fortes dores de cabeça, vómitos e tonturas.
O vírus não é novo no continente americano, mas o seu aparecimento no Brasil, Bolívia e Cuba não tem precedentes.
Um pouco por todo o mundo foram relatadas infeções por Oropouche associadas a viagens a Cuba. As autoridades locais começaram campanhas de fumigação em Havana, a 30 de agosto, segundo a Reuters, mas os esforços não tiveram sucesso devido à escassez de combustível no país. Cuba enfrenta uma escassez crónica e severa de alimentos, água engarrafada e de acesso público, medicamentos e combustível.
As áreas fora dos destinos turísticos são as mais afetadas pela escassez, onde apagões intermitentes são comuns, dificultando a obtenção de serviços.
Estas dificuldades em Cuba geraram um aviso geral aos viajantes, emitido pelo Governo canadiano, classificado como de segundo nível, numa escala de quatro, de cuidados redobrados em viagens a destinos cubanos. Este nível de aviso precede os dois níveis máximos, que aconselha os viajantes a “evitar viagens não essenciais” e a “evitar todas as viagens”.
O Governo do Canadá pede especial cuidado às grávidas, pelo risco de transmissão da doença da mãe para o feto, com consequências negativas na gravidez, incluindo o natimorto.
As viagens para áreas de resorts permanecem no nível um, que prevê a adoção de “precauções normais de segurança”.
Desde o último grande surto no final do ano passado, cerca de 8 mil casos foram relatados na Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba e Peru.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o surgimento do Oropouche em Cuba em junho, devido à relativa vulnerabilidade da população à doença.