Bissau, 05 fev (Lusa) – Metade das raparigas até aos 14 anos na Guiné-Bissau são vítimas de mutilação genital feminina, de acordo com os relatos das mães em dados oficiais de 2014, mas só oito pessoas em todo o país estão a cumprir pena de prisão por a praticarem.
A disparidade é grande, reconhece Fatumata Baldé, presidente da comissão guineense que luta contra a excisão, mas refere que o facto de haver alguém preso está a ser dissuasor.
“No sul, numa aldeia que decidiu abandonar a prática, houve um imã [líder muçulmano] que defendeu que a excisão devia continuar. Uma fanateca [mulher que executa a mutilação] entregou-lhe a faca e disse-lhe que, se quisesse, que a fizesse ele, porque ela não queria ir presa”, descreve.