Pronomes diferentes: Decisão dos alunos deve ser notificada aos pais, dizem canadianos

Foto: Pavel Danilyuk/Pexels
Foto: Pavel Danilyuk/Pexels

A maioria dos canadianos acha que as escolas devem notificar os pais, caso os filhos decidam usar um nome ou pronome diferente. A sondagem da Leger releva ainda que os canadianos se dividem no que toca a discutir a orientação sexual e a identidade de género na sala de aula.

Quase metade dos canadianos apoia a chamada ‘notwithstandingclause’ para garantir que as escolas notifiquem os pais se o seu filho desejar utilizar um nome ou pronome diferente.

A conclusão consta de uma nova sondagem, que revela que há mais pessoas a apoiar essa ideia do que a opor-se.

Os novos dados sugerem também que a maioria dos canadianos considera que os professores devem ser obrigados a notificar os pais de tais alterações.

Pouco menos de metade afirma que tal deve ser o caso, mesmo que uma criança diga ao seu professor que não se sente segura para informar os pais.

A empresa de sondagens Leger fez recentemente uma série de perguntas aos canadianos sobre o atual debate em torno dos “direitos parentais”.

A expressão, que se refere ao desejo dos pais de se envolverem nas decisões dos seus filhos e das escolas, tem ganho cada vez mais força no Canadá no último ano.

Muitas pessoas que utilizam o termo dizem estar preocupadas com as lições que as crianças estão a aprender sobre os temas da identidade de género e da orientação sexual.

Os que defendem esta questão também têm criticado as políticas destinadas a fazer com que os estudantes transgénero e não binários se sintam mais bem-vindos nas salas de aula, bem como atividades como o hastear da bandeira do orgulho arco-íris nas escolas.

De acordo com o inquérito, os canadianos estão divididos quanto à questão de saber se a orientação sexual e a identidade de género devem ser discutidas nas escolas.

Pouco mais de metade dos inquiridos, ou seja, 54%, concordam que estes são temas importantes que as crianças devem conhecer e que as escolas devem discutir.

Os outros 46% tendem a achar que estes temas não devem ser discutidos na escola, mas antes em casa, com os pais.

De acordo com a Leger, a sondagem revela que os canadianos estão mais divididos no que toca a esta questão, do que em relação a outros temas debatidos nas escolas, que reúnem muito mais consenso.

Com efeito, 82% concordam que os alunos devem falar sobre álcool e drogas na sala de aula, percentagem que se situa nos 80% no que respeita às alterações climáticas, 78% no que toca ao racismo e 74% no que toca à verdade e reconciliação.