Um novo relatório da CivicAction refere que metade da força de trabalho na área da Grande Toronto e área de Hamilton – mais de 1,5 milhões de pessoas – experimentou um problema de saúde mental, e isso está a ter um enorme impacto nas empresas.
Os problemas de saúde mental devem custar quase 17 mil milhões de dólares em perda de produtividade ao longo dos próximos 10 anos, e cerca de 71 por cento dos trabalhadores da GTHA estão preocupados com o estigma que ainda gira à volta dos problemas de saúde mental no local de trabalho.
Sevaun Palvetzian, CEO da CivicAction, disse que não tem havido o mesmo tipo de progresso na eliminação do estigma no local de trabalho como tem acontecido em outros lugares.
Por seu lado, Kwame McKenzie, CEO do Instituto Wellesley e membro do Grupo Consultivo de Saúde Mental da CivicAction, apelidou a saúde mental no local de trabalho como “um dos últimos tabus”.
Segundo o relatório, os trabalhadores mais jovens com 18-34 anos de idade experimentam os mais altos níveis de stress no trabalho. Eles também são mais propensos a trabalhar em empregos precários e de salário mínimo, e muitas vezes não se sentem confortáveis em pedir uma folga.
Ainda de acordo com o relatório, os distúrbios de saúde mental são uma das principais razões porque as pessoas requerem licenças de incapacidade temporária.
Um em cada quatro trabalhadores com alto nível de stress relataram tirar uma licença relacionada com a saúde mental nos últimos dois anos.
Elementos de stress no local de trabalho
Desigualdade do salário: De acordo com o relatório, a desigualdade do salário aumentou em Toronto cerca de 31 por cento entre 1980 e 2005, o aumento mais drástico de qualquer grande cidade canadiana.
Insegurança no trabalho: Menos de metade de todos os trabalhadores na GTA e Hamilton estão em empregos a tempo inteiro, permanentes, com benefícios, de acordo com pesquisa da United Way e da Universidade McMaster. Não saber se uma pessoa vai ter o seu emprego no dia seguinte pode ser uma grande fonte de stress e ansiedade.
Discriminação racial: Um estudo da Universidade de Toronto de 2011 mostrou que currículos com nomes que soam mais ingleses têm uma probabilidade maior (mais 35 por cento) de ser contactados do que currículos idênticos com nomes indianos e chineses.
As exigências de assistência à família: De acordo com o relatório, durante os próximos 10 anos, a mão de obra da GTHA terá que disponibilizar cerca de 450.000 mil horas não pagas para prestação de cuidados aos membros da família com demência, que vai custar cerca de 30,4 mil milhões de dólares em perda de produtividade.
As condições de habitação e acessibilidade: Com os preços da habitação altíssimos, as maiores dificuldades para assegurar um lugar acessível para viver é outro fator que pode afetar a saúde mental.
Fonte: Toronto Star