“O senhor encarou as vítimas como objetos para obter dinheiro e não como seres humanos.” Foram estas as palavras da presidente do coletivo de juízes que ontem leu o acórdão que condena a cinco anos de prisão efetiva Zacarias Oliveira, o gigolô brasileiro que filmou as relações sexuais que manteve com um polícia e um engenheiro e depois os chantageou para obter milhares de euros. Artur Moraes, guarda-redes do Benfica, também foi chantageado por Zacarias, que assegurava ter na sua posse um vídeo do jogador em atos sexuais com uma mulher.
Zacarias Oliveira foi condenado por dois crimes de devassada vida privada simples e três crimes de tentativa de extorsão. Para a juíza Emília Costa, o arguido não mostrou qualquer “sensibilidade pelo sofrimento das vítimas, mostrando mesmo uma personalidade egocêntrica ao agir como se o mundo lhe devesse alguma coisa”.
O coletivo de juízes optou por aplicar uma pena efetiva de prisão porque, explicou a juíza, o arguido “não é capaz de se autorretratar apenas com uma sanção e ameaça de prisão”.
Desta forma, Zacarias, de 29 anos, foi condenado a cinco anos de prisão, aos quais serão descontados os nove meses de prisão preventiva já cumpridos.