PORTUGAL NO TOPO DA EMIGRAÇÃO NA EUROPA

EmigrantesOs mais de 2,3 milhões de portugueses emigrados, número que tem aumentado, vivem agora casos de 
sucesso, mas também situações de pobreza, reconhece o Governo, destacando ainda a migração de um 
significativo número de quadros, no Relatório da Emigração relativo a 2013.

O documento apresentado pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas ao Parlamento, 
refere que as migrações implicam grandes sucessos, mas igualmente grandes dramas, a cujo debate o 
Governo admite não poder “fugir”.
 Realçando que se registam hoje “cada vez mais casos de sucesso” de portugueses no exterior, o executivo
constata ser “igualmente verdade” que se verificam “situações graves de isolamento e de pobreza”, que
 é “necessário combater”.
 
Desde 2010, a emigração tem aumentado “muito rapidamente”, adiantando que em 2012 deverão ter
 saído de Portugal “mais de 95 mil” pessoas.

O relatório assume que o fenómeno da emigração tem hoje “caraterísticas substancialmente diferentes 
das que se verificaram anteriormente”, entre as quais “a migração de um significativo número de 
quadros com qualificações académicas superiores” e “de famílias inteiras, incluindo um número 
significativo de crianças em idade escolar”, bem como “de pessoas com idades mais avançadas e por 
vezes com empregos duradouros em Portugal, em resultado de dificuldades para cumprirem 
compromissos estabelecidos”.

Segundo o relatório, a tendência de emigração está a ter maior impacto nas zonas urbanas, especialmente 
na Grande Lisboa e, além dos “destinos tradicionais”, os portugueses estão agora a optar por novos 
lugares, situados “nos mais variados pontos do mundo”.
 O Governo refere três conjuntos de países de emigração: Brasil, Canadá, Estados Unidos e Venezuela 
acolhem emigrantes em grande volume, mas trata-se de populações envelhecidas e em declínio, pois 
atualmente registam uma redução substancial na chegada de novos portugueses.

Países como Alemanha, França e Luxemburgo, com grandes populações portuguesas emigradas 
envelhecidas, mas em crescimento, têm registado “uma retoma” desta emigração.
 
Por último, surge “um conjunto de novos países de emigração”, que atrai populações jovens, como é o 
caso do Reino Unido, “hoje o principal destino” dos portugueses (50 por cento) e também o mais importante 
polo de atracão” dos mais qualificados.

Ao Reino Unido juntam-se Angola, com “um número crescente de nacionais, muitas vezes ligados a 
empresas”, e Suíça, onde o número de portugueses jovens continua a crescer.
 Actualmente haverá mais de 2,3 milhões de emigrantes portugueses, número que mais do que duplica 
se se acrescentar os seus descendentes, ou seja, a população de origem portuguesa nos países de 
emigração ultrapassará os cinco milhões, atingindo mesmo algumas dezenas de milhões se considerarmos 
os lusodescendentes já nascidos em sucessivas gerações”, contabiliza o relatório.

Esta “história emigratória acumulada” faz de Portugal “o país da União Europeia com maior emigração”
diz o Governo, apontando que os emigrantes representam “mais de um quinto” da população residente 
e têm “crescido a ritmo superior a esta nas últimas décadas”. Já a percentagem de imigrantes tem-se mantido em torno dos cinco por cento da população residente, 
mas abaixo da média da União Europeia e com tendência para decrescer.

Este é o primeiro relatório desde a aprovação, há um ano, de uma resolução da Assembleia da República 
que pedia ao Governo relatórios anuais sobre esta matéria.