Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. Mais de milhão e meio de portugueses, entre os 18 e 65 anos, sofrem de doença mental. A Ordem dos Psicólogos (OP) considera os dados “preocupantes” e alerta para a falta de capacidade de resposta dos hospitais e centros de saúde.
“A prevalência da doença mental tem aumentado em Portugal. O que é feito não está a funcionar. Estima-se que um em cada cinco portugueses já terá sofrido de uma doença psiquiátrica e que cerca de 50% da população tenha tido uma perturbação mental, como ansiedade e depressão. No entanto, apenas 1,7% procura ajuda nos serviços públicos de saúde mental”, referiu ao CM o bastonário Telmo Mourinho Batista.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Suicidologia, a taxa de suicídio é de 9,6 por cada 100 mil habitantes. São os homens que mais praticam este ato: a taxa de suicídio é de 15,5. Já nas mulheres situa-se em 4,1. “Os homens têm suicídios mais eficazes, pois são normalmente suicídios mais violentos. As mulheres conseguem pedir ajuda mais facilmente”, explicou Telmo Mourinho Batista.
O responsável lamenta a falta de psicólogos e a falta de um serviço de apoio de proximidade. “Há 567 psicólogos no Serviço Nacional de Saúde, mas deveriam existir, pelo menos, o dobro. Uma intervenção psicológica pouparia outros custos”, referiu o bastonário.