O programa de recompra de armas do Governo de Trudeau, criado para retirar de circulação armas de fogo de tipo militar, está agora a ser criticado pelo PolyRemembers, um grupo proeminente de controlo de armas que tem sido um dos principais apoiantes.
Lançado em 2020, o programa teve como objetivo comprar de volta e destruir mais de 150 mil armas de fogo proibidas, incluindo AR-15s, mas PolyRemembers adverte que o programa falha e está incompleto.
O grupo argumenta que a iniciativa de recompra é “um desperdício do dinheiro dos canadianos”, uma vez que permite que os proprietários utilizem a compensação para comprar armas de fogo semelhantes que permanecem legais, não reduzindo assim o risco global.
O Governo federal continua empenhado em avançar com o programa, que deverá recuperar as armas de fogo atualmente na posse dos vendedores antes de se afunilar aos proprietários individuais na primavera de 2025.
Apesar das críticas, Jean-Sébastien Comeau, porta-voz do ministro da Segurança Pública, Dominic LeBlanc, afirmou que “não há intenções de modificar a lista nesta altura”, sublinhando que o objetivo do governo é lançar com êxito o programa para reforçar a segurança pública. A complexidade do programa é ainda realçada por desafios, como a recusa dos Correios do Canadá em participar devido a preocupações de segurança, o que aumentou a incerteza da sua implementação.
As críticas do PolyRemembers constituem um revés significativo para o governo, especialmente numa altura em que a minoria liberal enfrenta pressões políticas tanto da indústria de armas de fogo como dos partidos da oposição.
O grupo de controlo de armas, formado por sobreviventes e familiares de vítimas do massacre da Polytechnique em 1989, questiona agora se continuará a apoiar o governo em eventos comemorativos. Nathalie Provost, porta-voz do grupo e sobrevivente do massacre, sublinhou a necessidade de uma ação decisiva, dizendo: “Não é tempo de ideias, não é tempo de promessas. É tempo de ações e de decisões”.