O Governo minoritário dos liberais sobreviveu a uma moção de censura na Câmara dos Comuns a 25 de setembro.
O líder dos conservadores, Pierre Poilievre, apresentou uma moção declarando não-confiança no Governo e no primeiro-ministro Justin Trudeau, mas a moção falhou por 211 votos a favor e 120 contra. A bancada conservadora de Poilievre votou a favor, juntamente com dois independentes, mas todos os outros deputados votaram contra.
Se a moção de censura tivesse sido aprovada, teria derrotado o Governo e, muito provavelmente, desencadeado uma campanha eleitoral imediata.
No entanto, nada está garantido e se o primeiro-ministro quiser evitar eleições antes do Natal, o Bloc Québécois disse que terá de satisfazer as suas exigências até ao final do mês de outubro.
O líder do Bloc, Yves-François Blanchet, e a sua bancada juntaram-se aos liberais e ao NDP na votação da moção de censura dos conservadores, mas disse no início do dia que os liberais têm até 29 de outubro para aprovar dois projetos de lei do Bloc ou começará a falar com outros partidos sobre a possibilidade de derrubar o Governo.
Um dos projetos de lei aumenta a pensão de velhice dos idosos e o outro visa proteger o sistema de gestão da oferta do Canadá durante as negociações comerciais internacionais.
Até ao fecho desta edição, o Governo liberal ainda não tinha dito como pretende responder às exigências do Bloc.
Mas este não é o único teste que os liberais atravessam. Em causa está uma votação na moção dos liberais a favor das alterações introduzidas pelo Governo nos impostos sobre as mais-valias, considerada uma questão de confiança relacionada com o orçamento.
Os conservadores prometeram que haverá outras moções de confiança e já avisaram a Câmara dos Comuns de que duas dessas votações entrarão em breve.
A Câmara tem estado repleta de tensão e de insultos desde que foi retomada após as férias de verão, comportamento que se manteve no período de questões do encontro de 25 de setembro.
Durante este período, Trudeau acusou um deputado conservador de fazer comentários homofóbicos depois de alguém ter gritado um comentário sobre o facto de Trudeau e o cônsul-geral do Canadá em Nova Iorque, Tom Clark, estarem juntos numa banheira.
A pedido do ‘speaker’ do Parlamento, Trudeau acabou por retirar a palavra, admitindo que se tratava de linguagem não parlamentar, mas manifestou a sua cólera relativamente ao comentário que, segundo ele, partiu de um conservador.
Após o período de perguntas, o deputado do NDP Blake Desjarlais pediu ao ‘speaker’ que analisasse as gravações e se pronunciasse sobre o alegado comentário homofóbico.