O líder dos conservadores, Pierre Poilievre, anunciou na quarta-feira, 11 de setembro, que o seu partido vai apresentar uma moção de censura contra o Governo liberal do primeiro-ministro Justin Trudeau “na primeira oportunidade possível”, quando o Parlamento retomar as suas funções. Poilievre apela a que o NDP e o Bloc Québécois apoiem a moção, com o objetivo de desencadear eleições federais antecipadas.
Esta iniciativa surge na sequência da recente decisão do NDP de se retirar do seu acordo de fornecimento e confiança de 2022 com o Governo minoritário dos liberais. O acordo tinha garantido o apoio do NDP ao Governo em votações importantes, em troca de progressos nas prioridades políticas partilhadas. Com o acordo agora extinto, o NDP declarou que avaliará o seu apoio caso a caso.
Poilievre tem apelado veementemente ao líder do NDP, Jagmeet Singh, para que apoie inequivocamente a moção de censura, desafiando Singh a “calar-se ou a pôr-se de pé”. Singh, no entanto, não se comprometeu, afirmando que o NDP avaliará cada votação com base no que considera ser o melhor interesse dos canadianos.
O Bloc Québécois, com 32 assentos na Câmara dos Comuns, está posicionado como um potencial criador de leis em qualquer votação para derrubar o Governo. O líder do Bloc, Yves-François Blanchet, indicou que o seu partido poderia apoiar os liberais se estes aceitassem certas exigências, tais como um maior apoio aos idosos e uma maior autonomia do Quebec em matéria de imigração.
Entretanto, membros do Partido Liberal criticam Poilievre. A líder da Câmara do Governo, Karina Gould, descreveu o anúncio de Poilievre como uma “manobra política”, sublinhando a necessidade de os partidos políticos se concentrarem em governar eficazmente em vez de se envolverem em “jogos políticos”.