O Governo federal não vai, pelo menos para já, permitir a eutanásia em pessoas que sofrem de doenças mentais. O anúncio foi feito por dois ministros, esta segunda-feira, dia 29 de janeiro – Mark Holland, que tem a pasta da Saúde, e Arif Virani, que tem a da Justiça.
A decisão foi tomada com base no trabalho de uma comissão parlamentar especial. O grupo concluiu que não existem no país médicos suficientes, em particular psiquiatras, para avaliar os doentes com doenças mentais que querem pôr termo às suas vidas.
“O sistema tem de estar preparado e temos de o fazer corretamente”, diz Holland. “As conversas que tivemos deixaram claro que o sistema não está pronto e que precisamos de mais tempo.”
Nenhum dos ministros deu qualquer prazo para inverter a decisão. O alargamento da eutanásia aos canadianos com doenças mentais já foi adiado mais do que uma vez. Antes deste anúncio, a expetativa era que entrasse em vigor a 17 de março.
O Canadá já autoriza a morte medicamente assistida em doentes terminais e crónicos, mas o plano de alargar a legislação a pessoas com doenças mentais divide os canadianos.
Alguns críticos dizem que o problema está no sistema público de saúde canadiano, que não oferece cuidados psiquiátricos adequados. Além disso, apontam um subfinanciamento crónico e uma incapacidade de responder à procura.