A pensão média do regime geral deverá ser, em 2025, de 562 euros, ou seja, cerca de metade do salário médio nacional, de acordo com as projeções de Jorge Bravo, professor da Universidade de Évora. Em 2060, o valor será de 687 euros, calcula ainda aquele especialista, que projetou as pensões a pagar em 12 meses. Atingidos pelo resultado destas projeções são mais de 2,5 milhões de reformados. As contas de Jorge Bravo para as pensões de velhice dos funcionários públicos, pagas pela Caixa Geral de Aposentações, apontam para 1587 euros, em 2025, e 1545 euros, em 2050, ano em que serão muito poucos os beneficiários.
O sistema de pensões “tem problemas sérios de sustentabilidade”, alertou ontem o professor, numa conferência na Fundação Calouste Gulbenkian intitulada‘ Repensar a Segurança Social: Construir um Novo Contrato entre Gerações’. O problema de financiamento das pensões só pode, segundo Jorge Bravo, ser resolvido de quatro maneiras: redução do valor médio da reforma, aumento da idade da reforma, aumento das contribuições ou alargando a base contributiva. Participaram também na conferência da Gulbenkian Miguel Gouveia, da Universidade Católica, e Vítor Escária, do Instituto Superior de Economia eGestão, que defenderam a reforma do atual sistema de pensões. Miguel Gouveia fez uma proposta provocadora: “Que as pensões das elites dependessem da dívida pública”, de forma a responsabilizar os políticos.
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