O secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, participou em várias reuniões – pelo menos três – com a equipa do governo do socialista José Sócrates em 2005 para apresentar contratos de alto risco – swaps – em nome do Citigroup, onde assumia as funções de diretor, adiantou ontem a SIC. Segundo o Ministério das Finanças, Pais Jorge participou nas reuniões apenas para apresentar outro tipo de produtos financeiros e não os polémicos swaps.
O CM apurou que Óscar Gaspar, atual conselheiro económico do líder do PS, António José Seguro, participou nas reuniões em São Bento pelo gabinete de José Sócrates. Contactado pelo CM, preferiu o silêncio.
Na passada sexta-feira, Pais Jorge assumiu que não se lembrava se tinha participado em algum encontro em São Bento e assegurou que só tratava da área de clientes.
A figura de Pais Jorge divide os barões do PSD. Miguel Veiga, histórico do partido, aconselha a demissão para “não haver rabos de palha” na equipa. Já o ex-líder do PSD Santana Lopes afirmou ontem na CMTV que Pais Jorge “não se deve demitir”, porque o facto de ter defendido o setor privado, quando esteve no Citigroup, não implica que agora não possa estar do lado do Estado. Santana lembrou ainda que os comentadores não podem fazer “terrorismo político.” Isto depois do também ex-líder do PSD Marques Mendes ter pedido a demissão do governante.