Secretário de Estado do Tesouro não conseguiu dizer se apresentou documento sobre swaps em 2005 que servia para mascarar dívida e défice.
O secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, não se lembra se apresentou ao governo de José Sócrates uma proposta de contratos swap que, na prática, permitia melhorar a dívida em cerca de 350 milhões de euros, além de nada ficar contabilizado no défice em 2005.
“Não me lembro se estive. (…) Não posso confirmar [se a apresentação aconteceu], se eu não estive lá. (…) Admito que de facto a apresentação existiu, uma vez que consta dos ficheiros do IGCP, mas não tenho responsabilidade na elaboração dessa proposta, nem na sua negociação.” Foi esta a explicação dada ontem pelo governante no briefing do Executivo.
O objetivo da equipa de Passos Coelho era estancar a polémica, mas o secretário de Estado apenas conseguiu esclarecer que só lidava com clientes e não elaborava propostas de contratos de crédito enquanto diretor do Citigroup. Chegou mesmo a assegurar que tinha a confiança política da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, com quem falou quinta-feira de manhã, depois de estalar a polémica. “Penso que tenho as condições necessárias”, frisou o secretário de Estado num briefing com limitações para perguntas.