Harare, 22 set 2020 (Lusa) — Um tribunal de Harare ordenou hoje a libertação sob fiança do vice-presidente do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Job Sikhala, um mês depois da prisão do opositor do atual regime no Zimbábue por incitamento público à violência.
Job Sikhala foi preso em 21 de agosto por convocar uma manifestação, proibida devido à pandemia de covid-19, com o objetivo de contestar a corrupção e a catastrófica crise que o país atravessa.
A juíza Erica Ndewere, que ordenou a sua libertação sob pagamento de uma caução, justificou que há um risco baixo de Job Sikhala não cumprir com as suas obrigações legais, segundo a agência France-Presse.
“Ele é advogado e deputado”, destacou a juíza.
O político foi libertado após o pagamento de 50 mil dólares do Zimbábue (cerca de 500 euros à taxa de câmbio atual).
Erica Ndewere ordenou ainda que Job Sikhala pare de divulgar “mensagens que possam incitar à violência”.
Além da repressão política, o Zimbábue vive nos últimos 20 anos uma crise económica catastrófica, devido a uma inflação galopante e à escassez de muitas necessidades básicas.
Emmerson Mnangagwa, que lidera o Zimbabué desde o golpe militar que derrubou Robert Mugabe, em 2017, também tem sido criticado por práticas autoritárias e pela sua incapacidade de tirar o país da crise económica profunda.
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