Portugal já tem orçamento aprovado para o próximo ano. Há quem conteste, há quem defenda, há quem reconheça que é um mal necessário. Enfim, muitas horas de discussão.
Em todo este processo, fala-se e promete-se. Por vezes cai-se em lugares comuns e um discurso bonito e empolgante pode ficar vazio de conteúdo. É recorrente ouvirmos apelos para ajudar os necessitados, proteger os desfavorecidos, defender os inocentes. Os pobres estão sempre presentes nas declarações públicas e é notório o entusiasmo com que alguns políticos falam da desgraça.
Os pobres fazem parte do discurso político. Todos apregoam o melhor para eles, mas a verdade é que, cada vez, há mais pobres. Daqui pode concluir-se que o discurso não tem sido consonante com as práticas.
Em contraponto, são raros os momentos em que se ouvem convites ao entusiasmo e à iniciativa. Quem tem ideias, e hoje são necessárias boas ideias, parece não integrar as preocupações ou as alegrias dos oradores políticos. Os discursos estão mais virados para isentar do que desenvolver. É fácil prometer e agradar, porque dá votos. E enquanto o tempo passa, penalizam-se as futuras gerações.
A Direção