O Diretor-geral da Saúde, Francisco George, criticou o argumento do episódio segunda-feira da novela da SIC, ‘Sol de Inverno’, afirmando que “é um mau serviço para a saúde pública” e um mau exemplo. Em causa está o facto de uma das personagens utilizar comprimidos para abortar em casa, sem qualquer acompanhamento médico.
‘Andreia’, nome da personagem interpretada pela atriz Cláudia Vieira, é modelo e acaba por engravidar. Para não perder um trabalho, decide abortar e pede a uma amiga, que neste caso é a sua agente, personagem interpretada por Margarida Vilanova, que arranje uns comprimidos.
No episódio de segunda-feira vê-se ‘Andreia’ a tomar os comprimidos e a ler a bula, ao mesmo tempo que a imagem mostra uma caixa, cujo nome é muito semelhante à substância ativa do medicamento que é usado para tratar úlceras de estômago, mas igualmente conhecido por provocar o aborto.
Segundo Francisco George, “era preferível que o argumentista tivesse escrito que a jovem mulher procurou aconselhamento médico especializado para tomar a decisão e realizar o aborto, em vez de fazer automedicação em casa, que pode ter consequências muito graves”.
Ao CM, Ana Xavier, da SP (produtora da novela), garante que não se tratou de nenhum ato publicitário e que era apenas ficção. “Procurámos recriar uma situação com o maior realismo possível”, explica a responsável. Carla Martins, relações-públicas da SIC, reitera que se trata de ficção e sublinha o facto de terem tido o cuidado de criar uma caixa com um nome do medicamento, mas alterado: “O nome do remédio não corresponde ao que existe no mercado”, garante.
O episódio da novela ‘Sol de Inverno’ da SIC foi o segundo programa mais visto, com uma audiência de 1 391 600 telespetadores.