Nikki Haley concede “forte apoio” a Donald Trump e pede unidade

Milwaukee, Estados Unidos, 17 jul 2024 (Lusa) – A ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley concedeu na terça-feira “forte apoio” a Donald Trump, rival durante as primárias republicanas, e apelou “à unidade” e para o voto no magnata.

No segundo dia da Convenção Nacional Republicana, que decorre até quinta-feira em Milwaukee, no estado do Wisconsin, Haley, que havia lançado duras críticas a Trump durante as eleições primárias, superou as diferenças que mantém com o ex-presidente e defendeu o regresso à Casa Branca.

“Donald Trump tem o meu forte apoio, ponto final. (…) Pelo bem da nossa nação, temos de escolher Trump”, instou a ex-governadora da Carolina do Sul, aplaudida pela plateia.

O discurso de Haley era um dos mais aguardados da noite, uma vez que inicialmente não tinha sido convidada a participar na Convenção que nomeou Trump como candidato republicano às eleições presidenciais de 05 de novembro.

O convite só foi feito no domingo, após a tentativa de assassínio de Trump, no sábado, num comício de campanha no estado da Pensilvânia.

Haley disse ter recebido um “convite gracioso” do magnata Republicano e mostrou-se “feliz” em aceitá-lo: “Trump pediu-me para falar nesta convenção em nome da unidade”.

A ex-governadora advogou que o país ficará “muito pior” com mais quatro anos do atual Governo de Joe Biden e alegou que os democratas se moveram demasiado “para a esquerda”. 

Reconhecendo que “nem todos os norte-americanos concordam com Trump o tempo todo”, direcionou então uma mensagem a esse eleitorado: “A minha mensagem é simples: você não precisa de concordar com Trump a 100% do tempo para votar nele. Acreditem em mim, eu nem sempre concordei com o Presidente Trump, mas concordamos mais vezes do que discordamos”.

“Concordamos em manter a América forte, a América segura. (…) Estou aqui porque temos um país para salvar”, afirmou, sendo aplaudida por Trump, que sorria ao ouvir a ex-embaixadora discursar a seu favor.

Ao longo das primárias republicanas, Haley foi a última oponente do magnata a desistir da corrida eleitoral.

No discurso na Convenção Republicana, Haley, que serviu como embaixadora na ONU durante o Governo de Trump, destacou que a invasão da Crimeia pela Rússia aconteceu sob o comando do então Presidente Barack Obama e a invasão da Ucrânia ocorreu sob o comando de Joe Biden, ambos democratas.

“Mas quando Donald Trump era presidente, Vladimir Putin [Presidente russo] não fez nada. Nenhuma invasão, nenhuma guerra. Isso não foi por acaso. Putin não atacou a Ucrânia porque sabia que Donald Trump era duro”, afirmou.

“Um Presidente forte não começa guerras. Um Presidente forte previne guerras”, acrescentou.

O tema do segundo dia da Convenção Nacional Republica foi o crime e a imigração, sob o mote “Tornar a América Segura Novamente”.

Nesse sentido, grande parte dos discursos dos Republicanos incidiram sobre a entrada em massa de imigrantes indocumentados pela fronteira dos Estados Unidos com o México, acusando Biden de colocar o país em perigo.

“A fronteira é a maior ameaça que o nosso país enfrenta. Temos milhares de imigrantes a entrar e não sabemos quem eles são e o que querem fazer”, disse Nikki Haley.

Além de Haley, outros ex-rivais de Trump alinharam-se na Convenção Republicana para defender um novo Governo do magnata republicano.

O senador Ted Cruz, do Texas, que terminou em segundo lugar nas primárias de 2016 contra Trump, condenou uma “invasão literal” dos Estados Unidos por parte dos imigrantes.

Já o empresário Vivek Ramaswamy, que frequentemente elogiava Trump durante a própria corrida às primárias, animou a multidão com a promessa de que o ex-presidente “fecharia a fronteira”.

“A mensagem para os imigrantes ilegais é: vamos devolver-vos ao vosso país, não porque vocês são más pessoas, mas porque quebraram a lei”, afirmou Ramaswamy.

Outra das figuras mais esperadas da noite foi o governador da Florida, Ron DeSantis, que durante as primárias trocou acusações com Trump.

Agora, DeSantis elogiou Trump pelas políticas económicas e de fronteira que tinha em prática quando era chefe de Estado (2017-2020).

“O nosso país era respeitado quando Donald Trump era o nosso líder”, declarou o governador, um dos oradores mais aplaudidos do evento.

DeSantis encerrou o discurso com uma ordem para “lutar, lutar, lutar”, referindo-se às palavras que Trump proferiu depois da tentativa de assassínio de sábado.

 

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