O presidente executivo da Unicer, António Pires de Lima, despediu-se ontem da empresa que geriu nos últimos sete anos para assumir a pasta da Economia. Sem nunca comentar a remodelação, o também presidente da mesa do conselho nacional do CDS-PP admitiu que, se pensasse só nele, ficaria na empresa que detém a marca de cerveja Super Bock. A seu lado, na inauguração do Pedras Salgadas & Nature Park, em Vila da Pouca de Aguiar, estava o ministro e seu novo colega, que faz a coordenação política do Executivo, Miguel Poiares Maduro.
O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional começou por realçar que o último trimestre poderá ter sido o primeiro, em dez trimestres, em que Portugal regressou “ao crescimento económico”. Porém, acrescentou que nem tudo está feito, insistindo que os portugueses ainda têm sacrifícios pela frente.
“Há ainda muito para fazer, há ainda sacrifícios que os portugueses vão ter de cumprir, mas sacrifícios que serão justificados precisamente pela nossa capacidade de demonstrar que os nossos sacrifícios fazem sentido para criar uma economia que seja finalmente competitiva e sustentável”, afirmou Miguel Poiares Maduro.
O ministro, que também não comentou a remodelação, estaria a referir-se ao corte de 4,7 mil milhões de euros no âmbito da reforma do Estado – e é preciso contabilizar, pelo menos, 700 milhões no próximo Orçamento do Estado, para 2014. Ora, segundo apurou o CM, os vários ministérios já estão a preparar o documento, apesar da saída de alguns ministros da equipa. António Pires de Lima fez, por seu turno, na mesma ocasião, um discurso em tom de despedida da Unicer: “Agora que conhecem um pouco melhor a história desta empresa, da sua gente, da equipa e dos seus acionistas, que lhe moldam o caráter todos os dias, digam-me, senhoras e senhores jornalistas, se fôssemos totalmente donos do nosso destino e pudéssemos pensar só em nós, se esta não é uma empresa única onde nos apetece ficar a trabalhar até ao fim dos nossos dias.”