Porto, 22 fev (Lusa) — A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou hoje que a discussão sobre a carreira de enfermagem terminou, estando para publicação em Boletim do Trabalho e do Emprego, mas que há outros temas para serem discutidos e tratados.
“Há dois aspetos que vale a pena sublinhar. O primeiro prende-se com a negociação sobre a carreira de enfermagem e o outro prende-se com a negociação de um conjunto de outros temas que, independentemente do encerramento da discussão sobre a carreira de enfermagem, que terminou e que agora está para publicação em Boletim do Trabalho e do Emprego e que, depois, terá uma fase de discussão de 30 dias, continuam a ser trabalhados e discutidos”, disse Marta Temido a jornalistas à saída de uma reunião com as várias entidades envolvidas no processo de construção da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto.
Marta Temido, que anunciou hoje o retomar das negociações com as estruturas sindicais dos enfermeiros, explicou que, além da discussão da carreira de enfermagem estar encerrada, há temas como a organização do tempo de trabalho ou a avaliação do desempenho que o Governo quer continuar a discutir com os profissionais do setor e os seus representantes.
“E são essas conversas e negociações, técnicas numa primeira fase e políticas numa segunda fase, que irão ser agendadas ao longo dos próximos dias”, disse.
A ministra assumiu que qualquer forma de greve, independentemente do seu enquadramento jurídico, deixa o Governo preocupado e focado em ultrapassá-la respondendo “o mais possível” ao que são as preocupações dos profissionais.
“Mas, também tendo a firme convicção que há preocupações de equilíbrio com outros aspetos de outros carreiras que não podemos desacautelar”, vincou.
Desde o início das greves cirúrgicas dos enfermeiros a posição do Governo modificou-se relativamente ao que era o reconhecimento da categoria de especialista, a um conjunto de conteúdos funcionais que fazem parte da carreira e a aspetos de contagem dos pontos de descongelamento, enumerou.
“Isso tudo foi discutido com os sindicatos na última reunião que tivemos a 30 janeiro, mas entenderam que isso não era bastante e empreenderam novas formas de luta”, concluiu a ministra.
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