Durante cinco horas, o Ministério da Educação, na avenida 5 de outubro, em Lisboa, esteve ocupado por cerca de 40 professores desempregados que exigiam uma audiência como ministro da Educação, Nuno Crato.
Sentados no hall de entrada, os professores não foram importunados – a PSP apenas impediu que mais professores se juntassem ao protesto. Lentidão na colocação de professores e nos transtornos que isso causa a docentes e alunos estiveram na origem do protesto, que contou com o apoio do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, afeto à Fenprof. “Ainda há alunos sem professores e há muitos professores desempregados”, explicou Ilídia Pinheiro, porta-voz do movimento.
Luísa Tavares, professora há sete anos, critica as ofertas de escola e os critérios que as escolas utilizam para a contratação de docentes: “Há professores sem qualquer ano de serviço a serem colocados à minha frente” Os professores acabaram por ser recebidos pelo secretário-geral do MEC, que garantiu analisar o agendamento de uma reunião. Em comunicado, o MEC garantiu estar “aberto ao diálogo”, mas que não cede a “pressões ilegítimas para a realização imediata de reuniões”. Enquanto os professores ‘invadiam’
o MEC, cerca de meia centena de representantes da Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais faziam o mesmo, mas no Ministério da Saúde. “O que está em causa é a ausência de resposta do Ministério e da Administração Central do Sistema de Saúde às reivindicações dos trabalhadores”, disse Luís Pesca, da FNSTFPS. A criação da carreira de técnico auxiliar de saúde e a falta de funcionários são alguns dos problemas que motivaram o protesto. O MS e a ACSS aceitaram reunir-se com os sindicatos nos dias 21 e 22 de outubro.