A fiscalização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) à Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, no passado dia 13 de agosto, detetou falhas graves que podem pôr em causa a segurança das grávidas.
Ao que o CM apurou, a situação mais perigosa descrita no relatório preliminar – ainda não há conclusões, uma vez que a MAC tem direito ao contraditório e a corrigir eventuais falhas – refere-se ao facto de a equipada ERS ter constatado que ocorreu um atraso na perceção de uma situação clínica grave, de origem infecciosa, cuja fonte de infecção não terá sido detetada a tempo. Entre as falhas apontadas estão a falta de formação para lidar com situações críticas, desorganização em caso de emergência – as enfermeiras questionadas não souberam dizer para onde seria direccionada uma doente crítica – e múltiplas barreiras arquitectónicas que impedem o acesso rápido e eficaz a meios de suporte avançado de vida.
O processo de inquérito surge depois de terem sido noticiados pelo CM três episódios de morte de bebés na MAC. A situação mais recente ocorreu a 12 de agosto: uma mulher que perdeu os gémeos. O caso de Sílvia Rebelo, de 37 anos, grávida de quase seis meses, que faleceu a 5 de agosto, depois de perder os gémeos, e o de outra mulher, grávida de sete meses, transferida da MAC para o Stª Maria, onde chegou em risco de vida, acabando por perder a bebé, foram os outros episódios.