Uma imensa nuvem de fumo abateu-se ontem sobre Lisboa devido a dois incêndios que deflagraram, quase em simultâneo, a meio da tarde – em Chelas e no vizinho concelho da Amadora –, num dia em que as chamas varreram o País. Registaram-se mais de 300 ocorrências, que mobilizaram milhares de bombeiros.
A situação mais complicada viveu-se em Góis, no distrito de Coimbra, com os moradores de seis aldeias a serem retirados das suas casas. Manuela Cardoso, a passar férias naquela localidade, falou emocionada ao CM. “Nunca pensei que as chamas alastrassem tão rápido. Estiveram mesmo perto da minha casa”, relatou ao CM a mulher.
Em Castro Daire, distrito de Viseu, o dia também foi dramático. Dois fogos provocaram mesmo ferimentos a seis populares e a uma bombeira, embora sem gravidade. Os moradores ajudavam os bombeiros para poupar as casas do avanço do fogo. Lisboa também não foi poupada ao mar de chamas que percorreu o País. Em Chelas, uma zona de mato ardeu por completo. Os bombeiros sapadores tentaram evitar que o incêndio chegasse aos pombais ali instalados e a várias viaturas estacionadas junto àquele local. Os moradores assistiam ao avançar de fogo de lágrimas nos olhos. À mesma hora, na Amadora, quatro frentes ativas obrigaram os bombeiros ao corte do nó de Belas na A9 e de várias artérias do IC16. No incêndio ardeu mato e eucaliptal. Hoje deverão chegar dois aviões Canadair espanhóis para ajudar no combate às chamas.