O ex-presidente brasileiro está a usar todo o seu peso político para controlar a vaga de protestos que varre o Brasil. Com dezenas de cidades governadas por aliados, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro, a cancelarem os aumentos nos transportes, Lula da Silva ordenou ao Partido dos Trabalhadores (PT) para se envolver nas manifestações, que ontem voltaram a inundar dezenas de cidades em todo o Brasil.
Lula ordenou à liderança do partido para aderir de forma maciça às manifestações, tentar controlá-las e direcioná-las, sufocando slogans contra o governo e impedindo que os protestos atinjam diretamente a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição em 2014. Numa outra medida para tentar esvaziar os protestos, originados pela subida dos preços dos transportes decretada em quase todo o Brasil no início de junho, Lula conseguiu que dezenas de presidentes de câmaras aliados cancelassem os aumentos, inclusive nas duas maiores capitais de estado do país, São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar do recuo dos autarcas, os movimentos sociais mantiveram as manifestações ontem à noite, mesmo nas cidades onde o aumento foi anulado, reivindicando agora melhorias nos transportes, na saúde, na educação e na segurança, redução no preço dos alimentos e o fim dos astronómicos gastos públicos com as obras para o Mundial de futebol de 2014. Em dezenas de cidades, foram reforçadas as medidas de segurança em lojas, edifícios públicos e privados e ainda em estações de metro e de autocarros.