Há jovens advogados que ganham cerca de 500 euros. Antes passam por estágios, em escritórios e sociedades, onde a regra é não existir qualquer compensação financeira. No mínimo são 24 meses.
A baixa remuneração, a diminuição das áreas de intervenção dos advogados e consequente redução do número de clientes, além das custas judiciais elevadas, são as principais razões para o abandono da carreira e procura de uma vida diferente.
Para Elina Fraga, vice-presidente da Ordem dos Advogados, as grandes sociedades são os maiores beneficiários da massificação da profissão: “Exploram os jovens advogados, que investiram anos na formação e estão a receber 500 ou 600 euros. Se não estiverem satisfeitos, existem logo cem à porta.”
Segundo o Instituto de Apoio ao Jovem Advogado (IAJA), de 2003 até ao início de julho, estavam registados 10 800 jovens advogados. Nesse período, 3 320 pediram a suspensão de atividade na Ordem, dos quais 2 400 eram mulheres. A maternidade é outro dos factores apontados para o abandono.