PRIVADOS DISCRIMINAM DOENTES DA ADSE

Os portugueses estão com maiores dificuldades no acesso aos cuidados devido à crise económica
Os portugueses estão com maiores dificuldades no acesso aos cuidados devido à crise económica
Os portugueses estão com maiores dificuldades no acesso aos cuidados devido à crise económica

Os hospitais privados discriminam os doentes que são funcionários públicos do subsistema da ADSE (Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública). Estes doentes esperam mais tempo por uma consulta – pode ultrapassar os 4 meses – e pagam mais pelos exames médicos.
Esta é a conclusão de um inquérito feito pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) e divulgado ontem, na apresentação do Relatório da Primavera, a que faltou o ministro da Saúde, Paulo Macedo.
O documento revela que, devido à crise económica, os portugueses têm maiores dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, e que um terço dos idosos e doentes crónicos não tem dinheiro para pagar taxas moderadoras e medicamentos.
Segundo o inquérito, um doente da ADSE tem de esperar entre 32 e 136 dias para conseguir marcar uma consulta de ginecologia nos hospitais privados.
Se o doente pagar do seu bolso, o resultado é totalmente diferente: tem consulta no próprio dia ou espera, no máximo, quatro dias.
Os doentes da ADSE debatem-se ainda com outro problema: pagam mais caro pelos exames. Como exemplo é referida a colonoscopia, indispensável para o rastreio do cancro do cólon, doença oncológica que diariamente é causa de morte a 10 pessoas.