HÁ 500 ANÕES A VIVER EM PORTUGAL

‘Tó’ Dias, como é conhecido na Baixa de Lisboa, sofre de raquitismo. Apesar dos seus 1,33 m, o reformado vive sem complexos
‘Tó’ Dias, como é conhecido na Baixa de Lisboa, sofre de raquitismo. Apesar dos seus 1,33 m, o reformado vive sem complexos
‘Tó’ Dias, como é conhecido na Baixa de Lisboa, sofre de raquitismo. Apesar dos seus 1,33 m, o reformado vive sem complexos
‘Tó’ Dias, como é conhecido na Baixa de Lisboa, sofre de raquitismo. Apesar dos seus 1,33 m, o reformado vive sem complexos

Diz o ditado popular que quem não tem cão caça com gato. Sem complexos, os anões ou os indivíduos com estatura mais baixa recorrem frequentemente a escadotes ou cadeiras para lavar as mãos ou chegar a um armário. Na rua é mais difícil. Os multibancos, parquímetros ou balcões de pastelarias são os principais inimigos.
Uma em 25mil pessoas sofre de nanismo em todo o Mundo. Em Portugal, estima-se que vivam cerca de 500 anões. Uma alteração genética impede-os de crescer além dos 1,40 metros. Com alongamento dos ossos podem chegar aos 1,50 metros.
“Costumo dizer que as pessoas se adaptam sempre às falhas que têm. Os anões utilizam cadeiras e escadinhas em casa. Contudo, se vão comprar alguma coisa ninguém os consegue ver”, explica ao CM Delfim Tavares, chefe do serviço de Ortopedia Infantil do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
O nanismo é uma doença que se desenvolve nos primeiros dias de vida. A baixa estatura é também característica de outra doença: o raquitismo, doença que atinge a parte do tecido ósseo e que também ocorre durante o crescimento.
Quem passa por ele na Baixa lisboeta não fica indiferente. Mede 1,33 metros, mas muitos mais metros em autoconfiança. António Dias, ou ‘Tó’ como é conhecido, de 60 anos, sofre de raquitismo. Diz que nunca sentiu preconceito. “Sou uma pessoa saudável, tenho dois braços e duas pernas. Temos de aceitar quem somos. As crianças brincam comigo e é divertido, desde que não haja chacota”, conta ao CM.