A compositora Luísa Amaro apresenta o seu novo álbum, “Argvus”, em Lisboa, no sábado, no ciclo “Olhares do Mediterrâneo – Cinema no feminino”, que começa esta sexta-feira ao final da tarde, na capital portuguesa.
O festival apresenta até domingo, sempre no Cinema S. Jorge, filmes inéditos realizados por mulheres de países do Mediterrâneo, designadamente da Croácia, Espanha, França, Marrocos, Palestina, Portugal e Turquia.
Além dos filmes, há também música, fotografia, debates, performance e ‘workshops’ de dieta mediterrânica.
Luísa Amaro sobe ao palco do Cinema S. Jorge no sábado, às 21:30, acompanhada por Gonçalo Lopes (clarinete e baixo continuo), por Enrico Bindocci (piano) e pela cantora cipriota Kyriacoula Constantinou, com os quais gravou o álbum.
Luísa Amaro toca atualmente guitarra portuguesa e foi a última acompanhadora de Carlos Paredes, considera este CD mais denso, que os anteriores, mais introspetivo, e onde a guitarra portuguesa está mais afirmativa, principalmente nos solos.
A compositora afirmou que o álbum “tem um fundo grego – há aliás canções em grego” -, e definiu-o como “uma viagem em que se passa de um tema a outro, como de uma paisagem mediterrânica para outra”.
Constituído por dez temas, o álbum foi editado no passado dia 21 de maio pela Althum, prevendo a guitarrista realizar uma digressão nacional para o apresentar.
O título do álbum – Argvs – é o da primeira composição do alinhamento, e remete imediatamente para o imaginário grego e para a ‘Odisseia’, de Homero. Argvs é o nome do cão do herói lendário Ulisses e o único que o reconhece quando regressa a casa, na ilha de Ítaca, depois da ausência de vários anos.
“Argvs é o símbolo da doçura, e o facto de ser o único a reconhecer Ulisses quando regressa, é algo muito bonito, emotivo e muito triste, e são valores que devemos preservar e que era por aqui que devia ir a Europa”, disse Luísa Amaro, que salientou que “a Grécia e Portugal estão em extremos opostos, geograficamente, do [mar] Mediterrâneo”.
No domingo, realiza-se o debate “Olhares femininos sobre o Mediterrâneo, cinema, ficção, documentário”, com a participação das antropólogas Maria Cardeira e Cristina Santinho, da realizadora Sofia Marques e da linguista Dima Mohammed.