GOVERNO ANTECIPA FALTA DE LIQUIDEZ

A ministra das Finanças está preocupada comos riscos e as incertezas no processo de ajustamento (Foto de Miguel A. Lopes/LUSA)
A ministra das Finanças está preocupada comos riscos e as incertezas no processo de ajustamento (Foto de Miguel A. Lopes/LUSA)
A ministra das Finanças está preocupada comos riscos e as incertezas no processo de ajustamento (Foto de Miguel A. Lopes/LUSA)
A ministra das Finanças está preocupada comos riscos e as incertezas no processo de ajustamento (Foto de Miguel A. Lopes/LUSA)

Com os juros da dívida a subirem e o fantasma de um segundo resgate a pairar, o Governo alterou a estratégia de gestão da dívida pública e acumulou depósitos para evitar problemas de liquidez no final do ano. Por isso, Portugal deverá fechar 2013 comum a dívida pública de 127,8% do PIB – 211,3mil milhões de euros – um número ontem revisto em alta pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na sétima avaliação ao programa de ajustamento, o valor estimado para a dívida no final do ano situava-se em 122,9%. Ontem, o INE refez as contas e antecipa um acréscimo de mais 10 mil milhões de euros. Em comunicado, o Ministério das Finanças explica que a revisão “ decorre de uma opção política”. “Face aos riscos e incertezas ainda presentes no processo de ajustamento da economia portuguesa, considerou-se mais prudente manter um saldo de depósitos superior no final do ano”, justifica o gabinete de Maria Luís Albuquerque. Na prática, o Executivo está a acumular reservas para evitar problemas no pagamento dos seus compromissos, optando por não amortizar a dívida. “Esta opção não conduz a um aumento efetivo da dívida pública, pois a estimativa para o défice orçamental em contabilidade nacional se mantém em 5,5% do PIB%”, dizem as Finanças. A mesma fonte garante ainda que os novos dados “não têm consequências para a sustentabilidade da dívida”.
O Governo recuou ainda na ideia de vender ações da CGD à Parpública para pagar dívida do Estado a esta empresa.