Luanda, 22 set 2020 (Lusa) — O Governo angolano anunciou hoje que deverá encaixar 64 mil milhões de kwanzas (87 milhões de euros), com a adjudicação de mais nove unidades industriais, que totalizam assim 23 ativos no Programa de Privatizações (Propriv).
Segundo o secretário de Estado das Finanças e Tesouro e coordenador do grupo técnico permanente do Propriv, Osvaldo João, mais do que aumentar as receitas, o grande objetivo do programa é “criar um setor empresarial robusto, competitivo e acutilante”.
O Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) de Angola, no âmbito da implementação do Propriv, concluiu os concursos públicos referentes às privatizações do segundo lote com seis unidades industriais localizadas na Zona Económica Especial (ZEE).
Os contratos de adjudicação a favor de empreendedores privados e ativos de natureza empresarial detidos pelo Estado no setor da indústria para a gestão e exploração dessas indústrias foram rubricados hoje, em Luanda.
Na ocasião, o IGAPE e os investidores privados, vencedores do concurso público, assinaram também contrato de cessação do direito de exploração e gestão de três unidades industriais têxteis, nomeadamente a Textang II, Satec e África Têxtil.
“Não obstante as dificuldades em que se encontravam acreditamos que com esse processo deverão ganhar novo fôlego em termos de volume de produção e geração de empregos”, disse Osvaldo João.
“No total assinaremos hoje contratos avaliados em mais de 33 mil milhões de kwanzas (44,8 milhões de euros), este resultado permitirá elevar para 64 mil milhões de kwanzas (87 milhões de euros) a receita gerada pela privatização de 23 ativos no âmbito do Propriv até ao momento”, afirmou o governante, na abertura da cerimónia.
O contrato de cessação de exploração e gestão das três unidades têxteis, frisou, “inclui uma opção de compra que se for exercida até ao final do contrato irá gerar uma receita total para o Estado no montante de 268 mil milhões de kwanzas (264 milhões de euros)”.
O Propriv inscreve 195 entidades e/ou ativos públicos a serem privatizados até 2022, dos setores das telecomunicações, indústria, banca, petróleos, recursos minerais, aviação, seguros, entre outros.
De acordo com o governante, este segundo concurso de privatizações de unidades localizadas na ZEE previa a alienação de 13 unidades industriais, porém, apesar do interesse de vários investidores no mercado dos ativos “as propostas para as restantes seis unidades não atingiram os valores de reserva definidos para a transação”.
“Por isso adjudicamos hoje apenas parte daquelas unidades, esses valores de reserva são determinados tendo em conta a defesa do interesse público e a qualidade dos ativos, bem como os custos incorridos para a criação dos mesmos entre outros fatores, ou seja, pretendemos privatizar mas temos de fazê-lo bem”, explicou.
O coordenador permanente do grupo técnico do Propriv deu conta também que estão em fase de finalização concursos relativos à privatização de empreendimentos que incluem matadouros e fábricas de processamento de produtos agrícolas.
Nesse processo estão igualmente empreendimentos agropecuários que incluem cinco grandes fazendas localizadas em várias partes do país bem como das participações do Estado angolano no setor das bebidas.
O governante aproveitou para “reiterar a determinação do executivo em alcançar os objetivos definidos para o Propriv, designadamente promover um setor privado forte, capaz de produzir para a promoção do emprego, o aumento das receitas fiscais e a criação de riqueza nacional”.
Osvaldo João apelou ainda aos investidores nacionais e estrangeiros a participarem nos concursos que estão em curso que incluem ativos no setor hoteleiro, financeiro, “bem como nos que serão lançados brevemente para a alienação de participações do Estado no setor das telecomunicações e construções”.
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