Agostinho Branquinho, actual secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, ganhava na Ongoing Brasil, empresa para onde foi trabalhar depois de ter deixado o Parlamento no final de 2010, cerca de 20 mil euros por mês. Na altura, o ingresso do então deputado do PSD na empresa do grupo de Nuno Vasconcellos deu forte polémica, com o PCP e o BE a dizerem que este era um caso exemplar de promiscuidade entre política e negócios.
Na declaração de rendimentos apresentada no Tribunal Constitucional relativa ao início de funções como secretário de Estado, Agostinho Branquinho revela que ganhou no Brasil, em 2012, um total de 529 049 reais. Branquinho indica ainda que cessou funções na Ongoing Brasil em 23 de outubro desse ano. Ou seja, em 2012, o actual governante trabalhou na Ongoing Brasil durante dez meses.
Tendo em conta que no final de outubro de 2012 um real valia cerca de 0,38 euros, Agostinho Branquinho ganhou, em dez meses de trabalho na Ongoing Brasil, cerca de 201 mil euros. Ou seja, o atual governante ganhava em média cerca de 20 mil euros por mês.
O CM questionou Agostinho Branquinho e a Ongoing sobre a remuneração paga pela Ongoing Brasil, mas não obteve respostas. Na declaração de rendimentos apresentada no Tribunal Constitucional, Agostinho Branquinho indica ainda que está em negociações com a Ongoing Brasil relativamente a um prémio de gestão correspondente ao ano de 2011.