Ganhos de Capital: ‘Cottages’ e outros imóveis de investimento poderão ser afetados

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A Câmara dos Comuns informou, a 11 de junho, a aprovação das mudanças no imposto sobre os ganhos do capital, propostas pelo governo liberal.

De acordo com estas mudanças a taxa de inclusão aumentaria para 67% sobre ganhos obtidos acima de 250 mil dólares anuais para indivíduos.

A medida visa, segundo o governo liberal, os ricos e permite aumentar os investimentos em cuidados de saúde, habitação e tecnologia limpa, e melhorias na ‘justiça fiscal’ , mas os especialistas imobiliários e opositores discordam.

“Acho que isso penalizará mais canadianos comuns do que o pretendido”, partilhou Christopher Alexander, presidente da Re/Max Canadá.

“A percepção é que todo mundo aqui é rico, mas é preciso entender que há pessoas cujos pais compraram essas propriedades e os filhos são professores ou têm empregos bem remunerados, como bombeiros, coisas assim”, diz Bob Clarke, proprietário da Clarke Muskoka Realty and Construction.

“Mas tivemos propriedades que aumentaram de valor entre 2019 e o pico da COVID em 50 a 60 por cento e a nossa correção esteve na faixa dos 10 por cento,” acrescenta Clarke.

Isto significa que os canadianos com chalés familiares ou casas de campo, que repassem para a família, herdem ou vendem as suas casas, para gerar lucro para aposentadoria ou educação dos filhos, enfrentarão uma carga tributária maior.

“Acho que a grande maioria das pessoas que possuem propriedades de investimento são canadenses comuns que economizam o suficiente para comprar uma segunda propriedade que usam para gerar renda para a aposentadoria ou para a educação dos filhos. Essas são as pessoas que isso vai doer mais, na minha opinião.”, disse Alexander.

Apesar de muita gente já ter vendido para fazer face às necessidades decorrentes do elevado custo de vida e aumento das taxas de juro, muitos têm processos em curso. Este anúncio, entretanto, está a dificultar as negociação, porque o que tiver de ser fechado após 25 de junho já será afetado pelas novas taxas. Com isso, há já muita gente a pedir a antecipação das decisões do processo ou a cancelar.