FUNÇÃO PÚBLICA – 200 ENTREGARAM PEDIDOS DE SAÍDA

Os funcionários públicos encheram a sala do cinema S. Jorge, em Lisboa, para tirar dúvidas
Os funcionários públicos encheram a sala do cinema S. Jorge, em Lisboa, para tirar dúvidas
Os funcionários públicos encheram a sala do cinema S. Jorge, em Lisboa, para tirar dúvidas
Os funcionários públicos encheram a sala do cinema S. Jorge, em Lisboa, para tirar dúvidas

As sessões de esclarecimento do programa de rescisões na Função Pública arrancaram ontem no cinema São Jorge, em Lisboa. A sala 2 do edifício, com lotação para 180 pessoas, encheu com funcionários públicos cheios de dúvidas e com muitos receios sobre o futuro.
Segundo apurou o CM cerca de 200 trabalhadores do Estado já preencheram e enviaram o formulário pedindo a rescisão. O prazo começou no passado dia um e termina a 30 de novembro.
À entrada para o cinema S. Jorge eram muitas as dúvidas dos funcionários. Durante o desenrolar da sessão, dada por dois técnicos da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público, as questões relacionadas com o trabalho prestado a “recibos verdes”, horas extraordinárias e a permanência no período da mobilidade (se conta ou não para o cálculo da indemnização) foram os temas que dominaram a discussão.
Ana Avoila e outros membros da Frente Comum aproveitaram a ocasião para distribuir panfletos, tentando convencer as pessoas a não enveredarem pela rescisão.
A confusão reinava junto de muitos trabalhadores, como era o caso de Amália Santos, assistente técnica do Ministério da Defesa. “Ainda não sei de nada. Estou muito nua”, lamentou, acrescentando indignada: “Só se lembramdos funcionários públicos quando é para fazer descontos”. Almerinda Fonseca, telefonista numa repartição pública que não quis identificar, alinhava no mesmo tom. “Assusta-me a rescisão. Eles não dão nada a ninguém”, queixava-se.
A sessão de esclarecimento decorreu sem incidentes e com uma grande participação, e só se levantou algum burburinho na plateia quando o orador informou que os trabalhadores que rescindiam tinham de passar por um “período de nojo” e não podiam trabalhar no sector público.