A estadia de Pauline Marois em Paris foi certamente frutuosa para a primeira-ministra do Québec, pois ficou claro o apoio do Presidente da França, Fraçois Hollande, ao polémico projecto da Charte des Valeurs.
O presidente Hollande esteve reunido com Pauline Marois e no final do encontro argumentou que, pelo menos em França, a proibição de símbolos religiosos nos funcionários públicos e estudantes que frequentam escolas públicas ajudou a aliviar as tensões. “Nós, fizemos a experiencia, temos esta lei, que existe desde 2004 (que proibiu o véu nas escolas tanto a professoras como alunas) e que foi totalmente aceite e que hoje não é mais discutida. Eu não tenho que dar uma lição a outros países, mas posso dar esta experiência” explicou François Hollande encarando a laicidade como um princípio que permite a todos viver em conjunto respeitando as convicções de cada um.
Reforçou ainda que as religiões “não têm espaço nos estabelecimentos de ensino como sinais evidentes, e foi o que decidimos, por consenso, em França em 2004.”
François Hollande quer partilhar com outros países o princípio da laicidade. “Há tradições, há culturas no mundo, mas com o Quebec, é verdade que temos uma base comum para entender por que motivo podemos obter os mesmos resultados”. Apoio significativo para Pauline Marois, que pretende com a Charte proibir os símbolos religiosos em todos os serviços públicos assim como no sistema de educação e saúde.
Porém Pauline Marois reconhece que a neutralidade religiosa do estado, conforme proposta na Charte des Valeurs pode ser mais difícil de implementar no Québec do que foi na França, onde o princípio da laicidade das instituições públicas já vigorava há bastante tempo.