O fogo que matou Ana Rita Pereira, de 24 anos, em Tondela, foi intencional. Os inspectores da Polícia Judiciária, que este ano já detiveram 38 pessoas, não têm dúvidas e estão todos no terreno para apanhar o incendiário. “Houve uma série de ignições simultâneas que mostram que alguém ateou o fogo”, disse ao CM Rui Almeida, director da Polícia Judiciária de Coimbra.
Todos os incendiários detidos têm um perfil semelhante. Estão desgostosos com a vida E muitas vezes agem por vingança contra a vizinhança. Têm ainda atração pelas chamas e por todo o dispositivo de combate aos incêndios. Quando ateiam um fogo, agem por impulso e não conseguem parar. A maioria são homens desempregados, com idades entre os 20 e os 50 anos, de escolaridade baixa e que sofrem de alcoolismo.
Um dos incendiários, que foi denunciado pelo próprio filho depois de atear dois focos de incêndio criminoso numa outra localidade de Tondela, já está em casa em prisão domiciliária. Depois de ser ouvido em tribunal, foi-lhe decretada vigilância através de pulseira eletrónica. Agiu por impulso e alcoolizado, aliado a um quadro de vingança.
A maioria dos incendiários recorre a fósforos ou a isqueiros.As chamas deflagram sempre em vários locais em simultâneo. Dos 38 detidos este ano, 36 são homens e 2 mulheres. Devido ao grande alarme social que um pirómano representa na sociedade, os juízes estão mais sensíveis e, destes suspeitos, 19 estão a aguardar julgamento em prisão preventiva – o que significa que 50% dos detidos foram para a cadeia. No ano passado, foram detidas 53 pessoas.