Forças políticas e ‘stakeholders’ já reagiram à declaração económica de outono, apresentada ontem pela ministra das Finanças do Canadá. Nem todos estão contentes com as propostas dos liberais. Recorde-se que o Governo planeia gastar milhares de milhões na construção de novas casas, projetando um défice de 40 mil milhões de dólares em 2023-24.
O discurso de Chrystia Freeland foi aplaudido pelos seus colegas liberais, mas os partidos da oposição e alguns ‘stakeholders’ mostram-se menos entusiasmados com a atualização fiscal.
“Quando estamos aqui hoje e testemunhamos a miséria que é visível em todo o país, é difícil esquecer como as coisas estavam bem há apenas oito anos, quando este primeiro-ministro tomou posse”, disse o líder conservador Pierre Poilievre no seu discurso de reação na Câmara dos Comuns.
Já o líder do NDP, Jagmeet Singh, diz que é “um problema” o facto de muitos dos novos anúncios de financiamento só entrarem em vigor daqui a pelo menos dois anos, quando os canadianos precisam de ajuda agora, especialmente na habitação.
O Bloc Quebecois, por sua vez, acusa o Governo federal de não compreender a palavra “emergência”.
A Federação dos Municípios Canadianos (FCM) manifesta reservas semelhantes quanto à viabilidade das novas medidas em matéria de habitação. A organização diz que não é possível “aumentar rapidamente a construção de novas habitações sem investir também nas infraestruturas municipais que as suportam”.
Já a Federação Canadiana de Empresas Independentes (CFIB) diz-se “profundamente desiludida”, uma vez que a declaração não inclui quaisquer medidas para ajudar as pequenas empresas.
Enquanto isso, a Chartered Professional Accountants of Canada diz que atualização é “prudente”, mas sente falta de planos para “implementar medidas fiscais previamente anunciadas”.
Os Canadian Manufacturers and Exporters, por seu turno, aplaudem os prazos previstos para os créditos fiscais a favor da economia limpa.
De Toronto, surgem críticas. A autarca Olivia Chow diz que a declaração económica de outono é “pouco ambiciosa”. Apesar de as medidas de habitação previstas serem “promissoras”, a autarca diz que o dinheiro precisa de ser disponibilizado agora.