ÉVORA – MATA MULHER À FRENTE DA NETA

As filhas do casal ficaram ontem em choque quando chegaram à Courela do Monte da Aldeia. Foram ajudadas pela psicóloga do INEM, GNR e Bombeiros de Évora.
As filhas do casal ficaram ontem em choque quando chegaram à Courela do Monte da Aldeia. Foram ajudadas pela psicóloga do INEM, GNR e Bombeiros de Évora.
As filhas do casal ficaram ontem em choque quando chegaram à Courela do Monte da Aldeia. Foram ajudadas pela psicóloga do INEM, GNR e Bombeiros de Évora.
As filhas do casal ficaram ontem em choque quando chegaram à Courela do Monte da Aldeia. Foram ajudadas pela psicóloga do INEM, GNR e Bombeiros de Évora.

“Avozinho, avozinho, avozinho”. Estas foram as palavras suplicadas pela menina de quatro anos depois de ver o avô a disparar um tiro de caçadeira nas costas da avó na Courela do Monte da Aldeia, em São Miguel de Machede, concelho de Évora. Francisco Raposo, de 72 anos, suicidou-se em seguida com um tiro na cabeça com a arma que usava na caça.
Segundo o CM apurou junto das autoridades, o motivo será passional. Francisco ter-se-á convencido que a mulher, 20 anos mais nova, o traía.
A tragédia, que deixou em choque a criança, ocorreu pelas 10h00 de ontem. Movido pelo ciúme, o agricultor pegou na arma e atingiu à queima roupa Margarida Venceslau, de 52 anos, à porta de casa. Francisco deitou-se depois no chão, perto da garagem, e puxou o gatilho da caçadeira.
Os dois disparos fatais foram apenas ouvidos por Manuel Prates, residente no monte contíguo. Mas só ao segundo tiro, e depois de ouvir a menina a chorar e a chamar pelo avô, percebeu que algo de grave se passava.
Alertada por este vizinho, a GNR deslocou-se ao local. A menina encontrava-se junto ao avô em pânico, consciente da tragédia que acabava de testemunhar. Aos militares descreveu tudo o que viu. Às tias e à mãe não parava de dizer que a “avó estava morta” e que o “avô estava passado da cabeça”.
O CM sabe que a menina ainda fugiu para casa e que se escondeu debaixo de uma cama. Depois de ver os avós mortos agarrou num telemóvel para telefonar à mãe. Foi nessa altura que chegou uma patrulha da GNR ao monte. Tanto as autoridades como a família ficaram incrédulas com a tragédia. Ninguém tinha registo de desavenças entre o casal. “Tanto a família como a GNR foram apanhados desprevenidos porque não há qualquer registo de mau relacionamento do casal”, referiu o major Rogério Copeto, relações públicas da GNR de Évora.
A investigação deste caso foi entregue à Secção de Homicídios da Polícia Judiciária. Os corpos de Francisco e Margarida foram transportados pelos bombeiros para o Gabinete Médico Legal de Évora.