Quatro dias após o massacre de 20 crianças, os alunos que escaparam ao tiroteio regressam à escola, mas vão ter aulas noutro local. Primária de Sandy Hook poderá ser demolida.
Com segurança reforçada e aos nervos à flor da pele, centenas de crianças e adolescentes regressaram ontem às aulas em Newtown, no Connecticut (EUA), a pequena localidade onde na passada sexta-feira um jovem, de 20 anos, matou a tiro 20 alunos e seis professores de uma escola primária. No olhar, apenas tristeza e dor.
No dia em que Newtown enterrou mais uma das pequenas vítimas de Adam Lanza, a apreensão reinava nos rostos dos muitos pais que fizeram questão de acompanhar os filhos à escola. “É a coisa certa a fazer. Estou preocupada, mas precisamos de voltar à normalidade quanto antes”, disse uma mãe.
Os primeiros dias de aulas vão ser ocupados a discutir o massacre. A maior parte das escolas criou equipas especiais de psicólogos para aconselhar alunos e professores. “Este não é um regresso às aulas alegre, mas ao menos vamos poder confortar-nos uns aos outros e ajudar-nos. Ninguém consegue enfrentar isto sozinho”, afirmou um jovem de 17 anos.
Para as crianças que escaparam ao massacre, o regresso à normalidade levará certamente mais tempo, mas o desejo das autoridades é que possam retomar as aulas quanto antes. Para isso, uma escola desactivada na localidade vizinha de Monroe está já a ser alvo de obras para acolher as crianças. O objectivo é torná-la tão parecida quanto possível com a escola de Sandy Hook, para que o impacto da mudança seja menor.
Quanto ao local do massacre, o mais provável é que nunca mais seja usado como escola. Há quem queira demoli-lo, mas há quem defenda que deve ser transformado num memorial às vítimas.
Enquanto isso, a investigação prossegue, com a polícia ainda à procura de pistas que permitam explicar a loucura de Adam Lanza. A resposta poderá estar nos discos rígidos de dois computadores muito danificados encontrados em sua casa e que os investigadores estão a tentar recuperar.